Embora todos tenhamos inteligência emocional, quando tomamos consciência de nossas emoções e aprendemos a gerenciá-las, nosso desempenho pessoal e social torna-se uma dança muito mais gratificante entre nossa consciência e a expressão de nossa humanidade.

A inteligência emocional é a sua capacidade de pensar, sentir e agir com consciência de suas emoções e seu comportamento. É também a sua capacidade de compreender e responder de forma inteligente aos pensamentos, sentimentos e ações das pessoas ao seu redor, em casa e no trabalho, e dentro de seus círculos sociais.

A boa notícia é que, ao contrário do QI, o QE pode ser desenvolvido ao longo do tempo com estudo e prática. Uma vez que você comece a jornada de aumentar sua consciência emocional, você verá os benefícios na maneira como se comporta e na maneira como persegue e alcança seus objetivos.

Inteligência emocional e etiqueta são conjuntos coexistentes de habilidades que, se praticadas de maneira autêntica, servem para enriquecer umas às outras e determinarão seu comportamento na sociedade educada e o ajudarão a construir relacionamentos interpessoais positivos e respeitosos.

Em alguns de nossos artigos, exploraremos como uma base espiritual sólida, juntamente com as cinco principais modalidades que definem a inteligência emocional, a saber, autoconsciência, autogestão, consciência social, gestão de relacionamentos e motivação, podem servir para ajudá-lo a desenvolver sua habilidades de etiqueta e melhorar a maneira como você se comporta com os outros.

Antes de considerarmos como nossa vida espiritual afeta a maneira como nos comunicamos com os outros de uma maneira considerada boa etiqueta, precisamos entender como a inteligência espiritual ou a prática de uma vida espiritual se encaixa em nosso ecossistema pessoal.

Se considerarmos as quatro partes essenciais que nos compõem, ou seja, nossa inteligência física, nosso QI, nosso QE e nossa inteligência espiritual, é bastante evidente que uma não pode funcionar sem a outra e cada parte agrega valor extraordinário ao funcionamento do todo.

Para colocar a prática espiritual em perspectiva e dar lugar a todos à mesa, acredito que Gandhi tinha uma perspectiva muito boa das coisas quando disse: “Todas as grandes religiões do mundo são como rios que se encontram no oceano”. E assim todos nós temos um lugar nesta terra para coexistir pacificamente e com respeito pelas crenças, costumes e culturas uns dos outros. Afinal, não há grandes religiões no mundo que não ensinem amor e perdão fraterno.

O amor é um catalisador para expressar bondade e cuidado pelo próximo, mulher ou criança. É a base sobre a qual a compreensão, a humildade e a esperança podem coexistir e sem ela você não pode praticar autenticamente boas maneiras e boa etiqueta de uma maneira que esteja em sincronia com aqueles ao seu redor. O perdão é uma ferramenta espiritual muito poderosa para desenvolver a etiqueta e as boas maneiras porque vai além de estar certo, vai ao coração da compaixão e da graça.

Daniel Goleman colocou EQ e SQ em perspectiva quando disse: “Aqueles que estão à mercê do impulso – que não têm autocontrole – sofrem uma deficiência moral”. E assim é com boa etiqueta. A pessoa precisa de um conjunto básico de princípios sobre os quais entender e se comunicar efetivamente com pessoas de todas as esferas da vida e ainda permanecer fiel às suas próprias crenças.

Ao deixar de lado todas as nossas vontades e desejos egoístas e doentios, nos tornamos gratos por nossas vidas e pela maneira como podemos expressar nosso propósito, oferecendo o melhor de nós mesmos às pessoas que conhecemos e trabalhamos todos os dias.

Se a etiqueta é definida como “um código costumeiro de comportamento educado na sociedade”, ter uma vida espiritual que guie a pessoa através dessa estrutura social não é apenas desejável, é altamente recomendável.

A prática da inteligência emocional, que é um requisito ativo para praticar boa etiqueta e boas maneiras, funciona muito melhor quando existem valores e princípios espirituais para guiar nossa expressão de emoção.